15 July 2011

O perigo.

Estou trabalhando muito. E quando eu trabalho muito esqueço completamente do resto.

A única diferença é que agora, depois do susto do inverno passado, não estou deixando de comer. E além disso estou ficando velha, assim que ou me cuido mais ou ...vou ter menos tempo pra trabalhar.

Os fins de semana são longos. Intermináveis. Como eram os do tempo do colégio, no interior. Mas agora pior porque eu estou realmente sozinha, sem família, sem nada. Mas à diferença de antes eu agora vivo numa capital européia, tenho autonomía financeira, podia fazer o que eu quisesse.

Mas gente como eu aprende, cedo ou tarde, que vale merda a geografía, a idade e o dinheiro: solidão é solidão.

Sentir a ausência de alguem eh o que enche seu dia de tedio, sua mente de pavor e seu corpo de preguiça de fazer qualquer coisa.

O trabalho mantém a cabeça ocupada e quando vai chegando sexta-feira vem junto o desespero da falta de planos e da falta de vontade. Falta de amigos, talvez. Mas quando faz falta aquela pessoa, o resto das pessoas nunca te pareceu tão desinteressante.

A televisão consome ao ponto de não poder mais. Estudos, livros, esse maldito livro vermelho, nada vai adiantar, tudo vai ser uma lembrança de quem não está. Solidão em casa, solidão na pista.

Não faz a menor diferença.
Eu simplesmente não nasci pra ser ímpar.