20 September 2001

ALICE


Mas eu juro que se fosse com outra pessoa eu ia estranhar. Estava lá, Maria Angélica, procurando fotos sobre o filme A.I. (inteligência artificial) quando entrei no site pessoal. Lindo. Aí, lá no rodapé, me aparece: "Hi, what's your name?" E eu, muito solitária, resolvo puxar conversa. Descobri que o nome da pessoa era Alice, e que ela morava antes na Pensilvânia, mas agora ela morava em São Francisco, tudo muito que bem. Até zoava comigo por causa dos meus erros de inglês, o começo da intimidade. Perguntou onde eu morava e eu falei "Brazil", e tudo mais. Aí ela falou "Nossa! Como é morar ai?". Respondi, com muita descrição "First, I do not live in a jungle." Papo bom esse. Quando ela me perguntou como era São Paulo, eu falei "It's pretty like NY, but we 'got no Bin Laden, thank God." Aí, pronto. Quando eu já tava achando que eu havia sido ofensiva demais e já ia pedir desculpas pela falta de respeito, ALICE responde: "O robot ALICE não conseguiu identificar alguns termos usados em sua frase. O que vc quis dizer com "we"? Vc quer dizer vc, eu, ou eu e vc?"
ROBÔ???? E eu abrindo meus sentimentos? Como eu me senti traída! Chocada! Bege godê plissada! e entào me veio o sentimento mais estranho do mundo: eu estava com o mesmo preconceito que eu critiquei assistindo o filme. Por favor, alguém aí já sentiu pena de uma máquina? Vcs já viram isso? Síndrome de Baudrillard? Chamem o Pedro, pelo amor de Deus! Já já eu vou achar que o meu Gênius está me paquerando!

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