24 July 2003

lé com cré, pelé, gegé


Depois de quase me afogar pela segunda vez neste traiçoeiro infomar do HTML, o resgate finalmente aparece. Rápido e eficaz.

Descobri o problema que fez o meu barco (e o de muita gente) virar. O problema dos acentos que sumiram no blogspot, dando lugar a ziquiziras que ninguém conseguia explicar ou consertar.

Mango Chutney ataca de 911 e mostra a todo o Movimento Sem-Acento como se faz para consertar esse probleminha:

1 - Na sua página de posting, vá no "settings";

2 - Depois, vá no Formatting e ajuste o seu Encoding: vc tem que colocar Western (ISO-8859-1);

3 - Mude sua "language" tb: ajuste para Portuguese (Brazil);

4 - Aproveita pra mudar também seu Time Zone (deve estar provavelmente mostrando o de Buenos Aires). Agora vc pode ajustar para America - São Paulo., se for este o caso, claro;

5 - Depois, vá lá no Template e coloque a seguinte tag no HEAD:
< meta http-equiv="Content-Type" content="text/html; charset=<$BlogEncoding$>" />

E pronto!! Salva tudo, atualiza tudo e voilá! Voilá aparece acento!
É claro que os méritos não são meus.
Aqui a gente faz milagre e mostra o santo.

Obrigada, São Bernardo.

21 July 2003

propostas indecentes


There's a big sign called "bitch" in my head and I can't get rid of it.

18 July 2003

A namorada.



Se viram pela primeira vez no aniversario da namorada dela. Ela era mais velha, e apesar de nunca ter sequer beijado um homem na sua vida, era extremamente mulher. Ana sentiu-se menina perto dela. Na verdade, um menino. Um menino ingênuo, com pinta de experiente no assunto mas que diante dela, era apenas um menino. Mesmo assim, ela se aproximou. Ana nao deixou transparecer um certo interesse, nem que fosse apenas por sua beleza, afinal ela namorava sua professora, ha muito tempo. Nao teria a minima chance.

Tudo era sorrisos ao seu redor. Mas aqueles olhares rapidos que elas de vez em quando trocavam deixavam quase gritante um visivel desejo, que parecia ser correspondido. Porém nada seria exposto em palavras, nada disso era permitido. Ana nao queria mais encrenca em sua vida. Mas parecia que era justamente isso que a namorada procurava nela.

Quando foram finalmente apresentadas, tudo soava como se nada estivesse acontecendo. De perto, as duas trocavam perguntas triviais e descartaveis sobre suas vidas, como é de costume, mas Ana nao ousava em olha-la diretamente. Sabia que se o fizesse poderia ser descoberta, ou pior, repreendida. Mantinha tudo muito correto e formal, como um presidiario em condicional tentando acertar novamente sua vida. De volta à distância, os mesmos olhares se estenderam pela noite toda, porém Ana seguia desconfiada, e disfarçava.

Conforme a garrafa de vinho esvaziava, ficava cada vez mais dificil controlar. Ana deixou escapar um comentario com a cunhada, sobre a beleza da namorada. Frente aos trejeitos masculinos de sua professora, nunca imaginaria uma namorada assim. Aquilo foi o estopim para todos os acontecimentos que se desencadearam depois. Ana levantou, precisava se recompor, foi ao banheiro. Preocupada como estava, nem percebeu que a namorada levantou logo em seguida. Entrou na cabine, ja cambaleava de leve, era o sinal para ir embora. Ouviu um toque na porta, alguém a chamava la fora. “Você esta bem? Quer uma ajuda?” Estranhou. Nao estava tao bêbada assim. Abriu a porta e sorrindo, a namorada surgiu na sua frente. Ana se assustou, ajeitou o cabelo, estava bem. Ela entrou na cabine junto com Ana, e sem a menor cerimônia, agarrou-se delicadamente em sua cintura, envolvendo-a com um beijo. Ana correspondeu da mesma forma, era isso o que queria, nao faria uma desfeita agora por motivos morais que estavam la fora, longe delas. Sem nenhuma palavra, a namorada foi tirando suas roupas e ajudando Ana a tirar as dela. Foi ali mesmo, tao longe e ao mesmo tempo tao perto do perigo de serem descobertas. Intensamente tocaram suores, beijos e abraços, toques tao leves como pétalas de rosa, dois corpos femininos dançando juntos no mesmo ritmo. Ofegantes, se entreolharam. Ana ainda tentava recompor as idéias em sua cabeça. A namorada sorria, satisfeita. Tudo havia saido exatamente como planejado.

Ana saiu e foi diretamente pagar a conta. Nao conseguiria ficar na festa e esconder o prazer proibido que ha pouco havia lhe consumido. Com um misto de culpa e medo, despediu-se de poucos e saiu. No taxi, Ana ainda tentava entender como aquilo acontecera com ela. Um fato que so se vê em filmes ou em contos de escritores despudorados havia se consumido ali, com ela. E com outra mulher que jamais havia visto antes daquela noite.

No dia seguinte, quis muito a procurar novamente, mas nao havia a menor possibilidade de fazer isso sem que levantasse alguma suspeita. Ficou apenas deitada, lembrando com detalhes da noite anterior, porém com a plena sensaçao de que isso nao viria a se repetir. O telefone, longe da cama, toca. Correndo, descobre decepcionada se tratar de um amigo. Gruniu qualquer desculpa para nao falar o que realmente sentia, e logo desligou para sonhar novamente. E entao lembrou-se da realidade: ela era uma namorada. A essa hora, deveria estar junto com sua professora, sem sequer pensar no que havia se passado. Foi so um momento, essas coisas so acontecem uma vez, pensou. Conformada com sua situaçao, levantou e desfrutou-se de um longo banho. Nao ouviu quando o celular tocou de novo, incansavelmente à espera de sua resposta. Era ela. Havia dormido sozinha pois também concluiu que seria impossivel disfarçar o que havia acontecido. Estava estampado em seu corpo e em seu pensamento. Esperou muitas vezes o telefone chamar. Precisava senti-la novamente. Enfim desistiu, desapontada. Por fazer-se namorada de uma pessoa tao querida de Ana, sentiu-se culpada por tê-la colocado em tal situaçao. E apesar de estar disposta a arriscar tudo para vê-la mais uma vez, contentou-se apenas com a realidade de que talvez, nunca mais a veria novamente.

The Orange Blues.


Ele disse que gostava de musicas mais pesadas, batidas mais dramaticas, como um tango. Eu achei lindo. Aquela altura, eu ja achava tudo nele lindo. Foi a ultima vez que o vi.

Nao culpo a bebida pelo que eu fiz. Vamos deixar um pouco de ser alcoolatras, vitimas do bel prazer da bebida. Ela nao é culpada de nossas ressacas, de nossos exageros, de nossas permissoes para uma louca felicidade momentânea. Isso é babaquice. Aquilo foi minha vontade, eu fi-lo porque qui-lo mesmo. Livre de toda a forma de moral e bons costumes, me deixei levar por um unico e urgente proposito: beijar a boca dele. Tinha que fazer algo rapido. E para quem nao tinha nunca demonstrado interesse, confesso que foi muito facil agarrar um homem. Me senti mal depois. Sei que ele queria ir embora, nao queria ter ao seu lado uma bêbada maluca nao-linear nem nas palavras nem no andar. Mas na hora, você nao pensa nisso. Sua vontade é seu mestre. A bebida so me fez enxergar melhor o obvio.

Me lembro do modo como ele sorria, como uma agulhada em meu orgulho. Aquele modo de olhar me fervia o sangue. O modo como eu deixei isso escapar me congela. Repenso em tudo o que dissemos, insisto em ensaiar o que deveria ter sido dito. Pra que diabos a gente fica fazendo essa revisao de texto quando a prova ja passou? E te reprovou, sem chances de recuperaçao? Este poderia ter sido um ano proveitoso, aluna, mas você o perdeu. Deveria ter se concentrado mais.

Naquele dia que eu nao me reconhecia mais, nem sabia mais quem eu era, ele estava usando um casaco laranja e azul. As poucas coisas que me lembro com clareza desse dia. Olhava-o de longe, brincava de dramatica com minhas amigas, me fazia de adolescente de coraçao partido.
Sera que eu estou? Sera que todo esse blues é por causa dele? Ou é porque na verdade ele foi mais um dos milhares caras que tinham tudo pra dar certo, e algo deu errado?

O destino me anda Acido. Citrico. Um pé de laranja que eu so alcanço as que ainda nao estao maduras. Colho-as sempre antes do tempo. Como-as com pressa. Amarram minha boca, nao acabo comendo tudo, jogo fora o resto.
Vou ter que ficar aqui esperando uma laranja cair? Ah, nao tenho paciência. Eu vou mais é sacudir essa laranjeira e se nao cai nada, juro que procuro outro pé de fruta pra trepar.

16 July 2003

forgive me girls, for I have sinned.


From: Maria
Para: PGN
Assunto: Balada de ontem


Ola, meninas. Bom dia
Eis as noticias da noite passada.
Na ultima hora me deu uns 5 minutos e eu resolvi nao ir mesmo no Lov.e. Fiquei com medo de ficar chata na balada. Além do mais nao tava afim de ver ninguém, to naquela fase.
Enfim....fui pra casa dele, completamente bêbada. O irmao dele estava la, de saida. Lembro que eu levei ainda uma garrafa de vinho, mesmo com a cara ja cheia de Vodca que eu tinha tomado em casa. Mentira dupla: estava bêbada pq tive uma happy hour (teoricamente, com vcs) e levei o vinho pra ele (mentira. era pra mim. sabia que ele nao podia beber pq estava doente.)

Fiquei horas pra tentar abrir a porcaria do vinho sem saca-rolha. Papelao. Eu na cozinha, a garrafa no meio da minha perna, aquelas caretas pra abrir, com faca, tesoura, rodinho de pia...sem nenhuma necessidade aparente abrir aquele vinho, nao era ocasiao especial, eu ja estava bêbada, ele ja tinha fumado. Estraçalhei a rolha inteira, quase desisti, ele tentou, cena insolita aos meus olhos alcoolizados. Ja era questao de honra. Abri o vinho, pronto. Tomei aquilo na taça cheia de pedaço de rolha estraçalhada...bem chique mesmo. Lembro que ele me pegou ali na sala mesmo. Nao sei se foi antes ou depois do episodio da Vaca e o Frango. Agora também nao me lembro quem mudou o canal, mas eu lembro que eu dei risada de uma cena. Sera que foi durante?? Ah, era Vaca e o Frango. Ele deve entender.

Foi bom, estavamos com saudades um do outro. Mesma coisa de manha: fique deitada, eu preparo tudo. Me acorda cheio de carinhos, a mesa bem-posta, coma o que quiser. Na vinda pro trabalho, so faltou sair um "tchau, amor" da minha boca.
...
Vcs estao percebendo a gravidade da situaçao? Isso precisa parar, antes que seja tarde. A ultima coisa que eu quero agora é me apaixonar outra vez por um cara que eu ja sei que nao presta, que so vai mentir pra mim. Ja esta mentindo pra namorada dele, eu nunca concordei com esse tipo de coisa e continuo atras dele! Deus esta me castigando, esta me avisando pra eu parar com isso. Meu corpo inconscientemente ja me puniu, interditou os dois unicos meios de cometer o meu crime: minha infecçao na bexiga voltou, meu rim atacou de novo. Fora isso, desde ontem eu estou com uma ferida na boca, vcs devem imaginar o que seja. Ha anos eu nao tenho isso. Bom, ainda tenho minhas maos. Mas ca pra nos, nao conta.

Isso é um mau sinal, tenho certeza. Agora nem que eu queria eu posso ficar com ele, nem com mais ninguém. Boca e B....veladas. E pior: alguém ja esta sabendo, alguma informaçao vazou aqui.

Eu nao sei o que eu faço, meninas! Eu sei que tudo isso é errado, minha mae também nao aprovou ("mas vc nao tem jeito mesmo, né, Maria Angélica??"), preciso parar, preciso parar com isso, antes que eu quebre a cara de novo, dessa vez eu to pedindo pra sofrer. Na sexta-feira estava decidida a dar um ponto final, nao sei pq ontem eu deixei de ir com vcs pra encontrar esse cara la na puta que pariu, que é onde ele mora. Ta tudo errado.
Se é que isso tem futuro, esse futuro nao é bom.
Foi como eu disse pra ele. Nao era pra nada disso dar certo. Começamos errados. Estamos completamente na contra-mao. "Inconstitucionais, incorretos e insaciaveis", eu disse. Ele concordou. E adorou a idéia.
Confesso que eu também.

Que Deus me perdoe (e a namorada dele também) mas acho que ja era.
Estou amando esse anti-romance, essa paixao do avesso.
Tomara que termine logo. Mas enquanto durar, conto com vcs para confessar meus pecados.

Muitos beijinhos,

G

11 July 2003

MangoDOG


E quem disse que nao eh bom ser mulher de cachorro?

03 July 2003