30 March 2004

Mamma, do you think they'll drop the bomb?


Acho que eu errei no tomate hoje. Mango Chutney segue ácido, mas feliz.

Procurando as imagens pra colocar no texto do Moore, acabei entrando em um dos muitos sites contra o cineasta cri-cri. Um deles, um blog, do que parece ser o que chamamos de típico jovem americano. Se isso é bom ou ruim, aí eu já não sei. Abaixo, o trecho do que ele pensa a respeito do Moore:

So Very Sad
Michael Moore won the Academy Award for Best Documentary last night. Not content to leave well enough alone, he launched into a fruitless, attention-whoring, anti-war rant against President Bush. Surprisingly, there was a good deal of booing, before the Academy cut Moore off. I've written before about how I detest Moore, and his propensity for outright lying and deception when it suits his argument. His latest movie (I refuse to call it a documentary) is just another example of this tendency.


"Muito Muito Triste
Michael Moore ganhou o Oscar de melhor documentário ontem à noite. Como se não bastasse, ainda lançou um discurso anti-guerra (coloque aqui seu xingamento preferido) contra o presidente Bush. Surpreendentemente, houve muitas vaias mesmo antes da Academia cortar o Moore. Eu já tinha falado como eu detesto ele, e sua propensão a mentir descaradamente e decepcionar quando tenta argumentar. Seu último filme (eu me recuso a chamar de documentário) é apenas mais um exemplo de sua tendência."

Gostou? take a good look.

(Esses posts são dedicados ao Du Bakker, meu querido Michael Moore tupiniquim, que é claro, só poderia estar na Usp e é tão adorável quanto. E ao meu amigo Marcuix, que segue sua estadia em Houston.
Marcuix, volta logo porque esses seus novos vizinhos são meio doidinhos viu?)

Verde-amarelo-azul-caucasiano.


A política é agridoce.

28/03/2004 - 06h01
Michael Moore elogia política brasileira em "Cara, Cadê o Meu País"


Saudações, meus amigos brasileiros e orgulhosos membros da Coalizão dos Sem Vontade!

Qual é o problema com vocês? Por que é que vocês não demonstram boa vontade e não se juntam a nós nesta guerrinha contra o Iraque? Vocês não sabem que é preciso obedecer e fazer o que foi mandado quando a única superpotência sobre o mundo está ladrando? Nós latimos, vocês pulam --essa é a regra! O que é que houve? Mr. Bush não ofereceu uma caixinha boa o bastante pra animá-los a apresentar armas e bombardear o povo do Iraque? Vocês não sabiam que Saddam, o Malfeitor, tinha armas de destruição em massa? Tremendas armas! Isso mesmo! Assustadoras! Ele... ele... ele pode ficar invisível, e ele tem ocultos e malignos poderes do tipo, ahn, ele, ele, ele pode transformar você numa traça! E, e... ele pode voar, também! Ele pousou no topo do Empire State Building --eu vi-- e parecia que ia acabar com a gente! No duro!

Para os milhões de nós que, aqui nos Estados Unidos, tratamos de fazer o melhor que podemos para impedir que se alastre pelo mundo a ameaça do regime Bush, seus esforços aí no Brasil para confrontar e resistir a Bush são altamente necessários. Mais que isso: são desesperadamente apreciados. Não nos servem para nada esses líderes cretinos (como Tony Blair) que seguem como carneirinhos as idéias cretinas do nosso próprio e cretino "presidente". Afortunadamente vocês --o belo povo brasileiro--, junto a um punhado de outro países, não se intimidaram com a provocação da guerra. O ano que passou assistiu à ocorrência, ao redor do mundo, de algumas das maiores demonstrações contra a guerra em toda a história. Tudo que eu posso dizer a vocês é obrigado, obrigado, obrigado.

Recentemente, em viagens ao exterior, as pessoas me agradecem e me saúdam como "o único americano são". É um cumprimento, mas não é verdade. Eu posso garantir a vocês que nem toda a América enlouqueceu. Por favor, jamais esqueçam esta simples e única verdade: a maioria dos americanos não votou em George W. Bush. Ele não está na Casa Branca pela vontade do povo americano. A maioria dos americanos, contrariamente à crença popular, é de fato bastante progressista e liberal --só que faltam líderes realmente comprometidos com o caráter liberal para servi-los. Quando isso for consertado (eu espero que logo), as coisas vão melhorar.

Eu venho aqui para lhes dizer que não estou sozinho, e que na verdade estou prensado no meio dessa nova maioria americana. Dezenas de milhões de cidadãos pensam como eu penso e vice-versa. Acontece que vocês não ouvem falar neles --muito menos pela imprensa. Mas eles estão aí --e sua ira apenas começa a emergir à superfície. O que eu faço é apenas continuar ajudando na tarefa de perfurar essa camada, de forma que a raiva emergente desses milhões possa jorrar poderosa, como um gêiser de ação democrática.

É compreensível que o Brasil e o resto do mundo pirem com o comportamento dos Estados Unidos da América. Vocês têm razão para tal. A turma no poder aqui é pra lá de Deus me livre. Tudo que vocês têm a fazer é perguntar a si mesmos: "Se esses gangsters são capazes de roubar uma eleição, do que mais eles não seriam capazes de fazer?". Eu só digo o seguinte: nada vai detê-los na destruição do que estiver no seu caminho, especialmente se eles estiverem no caminho de fazer mais uma graninha. E eles vão castigar vocês, sejam aliados ou não, se vocês não se ajoelharem e baixarem a cabeça à passagem deles, em marcha para a próxima troca da guarda do poder (preferivelmente, o poder de uma nação que possua uns bons e lucrativos lençóis de petróleo, obrigado). Tudo isso vai acabar por levá-los --e a nós-- à ruína, é claro. Eu acho que a maioria dos americanos, por uma estreita margem, se dá conta, em algum ponto de suas entranhas, dessa situação dramática. Eles estão apenas miseravelmente perdidos, em parte por uma forçosa ignorância que começa na escola, onde eles aprendem algo próximo a nada sobre o restante do mundo, e que continua ao longo de todas as suas vidas adultas, servidas por uma mídia que eliminou qualquer traço de notícias estrangeiras que não tenham algo a ver com os Estados Unidos.

Que nada saibamos respeito de vocês deve ser a coisa mais assustadora do mundo a nosso respeito.

A maioria de nós não consegue localizar vocês no mapa --e, pior, também não conseguimos localizar nosso inimigo. De acordo com uma pesquisa recente, 85% dos americanos adultos com idades entre 18 e 25 anos não conseguem achar o Iraque em um mapa. Eu acho que o primeiro parágrafo do código de leis internacionais deveria ser o seguinte: se um povo não consegue encontrar o seu inimigo sobre o globo terrestre, ele não tem permissão para bombardeá-lo.

É possível que um povo tão ignorante esteja no controle do mundo? Antes de mais nada, como foi possível que chegássemos lá? Oitenta e dois por cento de nós não temos nem sequer um passaporte! Só um punhado de nós pode falar em outra língua que não o inglês (e nós mal falamos essa...). George W. só agora anda vendo o resto do mundo, e porque ele tem de ver, poirque, uai, é u qui us presidente faiz.

Eu acho que nós só estamos no comando do mundo porque temos armas maiores. É engraçado como isso sempre parece funcionar. Nós "ganhamos" a Guerra Fria por desistência --a União Soviética, graças ao sr. Gorbatchev, decidiu simplesmente saltar fora depois que eles se viram estrangulados em um sistema que não funcionava, só isso. O regime que controlava a Alemanha Oriental caiu porque as pessoas saíram às ruas e começaram a bater num Muro com marretas. Cara, saca essa --troca de regime sem que um único tiro seja disparado!

Alguma coisa aconteceu na África do Sul também --ninguém precisou bombardeá-la para que seu povo fosse libertado! Aliás, contam-se por aí umas duas dúzias de países liberados, nessa década e pouco que passou, graças a uma combinação de pressão mundial e, acima de tudo, da própria deliberação dos povos, que se ergueram de forma não-violenta para tomar as rédeas do poder.

Mas como nós não temos notícias de nada que ocorra para além do Brooklyn ou de Malibu, eu acho que nós não ficamos sabendo como se fazem legítimas mudanças de regime. Daí que, no caso do Iraque, não foi preciso muito para puxar a manta sobre os olhos dos americanos (conectar o 11 de setembro de 2001 a Saddam Hussein é o meu preferido entre os artifícios usados) e fazê-los cair nessa.

Ok, é compreensível. Nós não aprendemos mesmo e, como eu estou certo de que vocês sabem, somos uns crentes irrecuperáveis. Somos muito sociáveis e generosos e simples na nossa maneira de ser. Se vocês nos disserem que precisam da nossa ajuda, nós saímos correndo em seu socorro. Se vocês nos disserem que jumento voa, nós vamos acreditar (desde que tenha aparecido na TV). É assim que nós somos e, eu tenho certeza, vocês acham charmoso esse nosso jeito. Me digam se não, admitam, vá, é disso que vocês gostam em nós! Sem mencionar nosso espírito pra cima, empreendedor! Antes do meio-dia nós apresentaremos ao mundo a próxima grande invenção! Determinação! Ambição! Firmes na postura do "sim, eu posso"! Tá certo, nós não tivemos um único dia de folga nos últimos seis anos - mas e daí? Quem é que precisa dormir? Nós temos um mundo pra governar!



Essas são, suponho, as razões pelas quais nós temos nos comportado desse jeito. Agora pergunto eu: que desculpa que vocês têm? Vocês têm uma rica, única, maravilhosa cultura. O Brasil é um lugar tão fantástico que fez com que a família real portuguesa abandonasse o próprio país e fosse praí montar a lojinha! Tudo que eu tenho visto do Brasil --o povo, as praias, a música, as praias, a dança e... eu já falei das praias?-- me fez ficar convencido: Deus tem de ser brasileiro. Mas apesar de todas essas vantagens, o Brasil tem uma porção de senões, e é mais que tempo que os afortunados façam alguma coisa a respeito. O Brasil tem de se erguer acima dos seus problemas, do racismo arraigado, do qual muitos não querem nem falar, aos déficits nacionais, sob os quais muitos gostariam de ver seu país esmagado. Fazer frente à América na questão da guerra (e ainda gozar com a cara das políticas de imigração do Bush) foi uma atitude fantástica. Eleger um líder popular que saiu das classes trabalhadoras foi um tremendo passo à frente. Resistir à Alca também é bom. Sigam no caminho, lutem o bom combate. Você têm a economia mais poderosa entre as das Américas do Sul e Central --vocês estão na posição de dar o exemplo, de mostrar a outros o caminho certo. Tenham sempre isso em mente. E, pelo amor de Deus, parem de gastar dinheiro com o Exército. O Paraguai já está ferrado o bastante sem a "ajuda militar" que vocês possam dar.

Agora as boas notícias: enquanto eu escrevo este prólogo, uma nova pesquisa de opinião registra que, pela primeira vez, a maioria dos americanos não acredita que Bush venha a ter um segundo mandato. Essa é uma tremenda notícia, considerando-se o apoio que ele teve a princípio para sua guerrinha, a mesma que acabou por se tornar uma guerra sem fim. Viu só? Há vantagens no fato de que os americanos tenham uma capacidade tão limitada de concentração e na nossa necessidade de sermos gratificados de forma instantânea. O Iraque não foi como Granada, e já encheu o saco! Nós queremos programas de TV com final feliz! Ei, por que esses caras continuam atirando na gente? Eu quero ir embora! Uáááááááááááááááááááááááá'!!!

Só mais uma coisa... Do ano passado para cá, desde que meu livro "Stupid White Men - Uma Nação de Idiotas" e meu documentário "Tiros em Columbine" foram lançados, eu tenho ficado impressionado com a resposta ao meu trabalho em todo o mundo. Dois anos atrás, foi uma honra mandar o Columbine ao Festival de Cinema do Rio, e eu estou igualmente honrado que este, meu mais recente livro, tenha sido agora traduzido para o português. Nestes vinte e quatro meses que então se passaram, tenho tido um retorno cada vez maior de mais e mais brasileiros. Espero que todos vocês continuem trocando idéias comigo --sobre o meu país, sobre o seu país-- e que, unidos às pessoas que estão conosco em todo o mundo, nós possamos nos proteger uns aos outros das más decisões dessas figuras que freqüentemente se proclamam nossos líderes. Mais de cinco milhões de cópias de "Stupid White Men" foram impressas em todo o mundo (parece que só Harry Potter vendeu mais), e a bilheteria de "Tiros em Columbine" estabeleceu o recorde de todos os tempos para um filme documentário. Estou muitíssimo agradecido, porque significa que posso seguir publicando as palavras que eu quero publicar e fazendo os filmes que eu quero fazer, sem interferências. É uma dádiva, que não tomo como um acaso. Eu a tomo como um sinal de que o público deslocou-se da direita e que o tempo está maduro para um movimento em direção àquelas coisas boas que nós gostaríamos que acontecessem. É encorajador saber que, no ano passado, numa época em que Bush era supostamente tão popular (como a mídia insistiu erradamente em registrar), o livro que os americanos mais compraram e leram, mais que qualquer outro, levava por título "Stupid White Men - Uma Nação de Idiotas", e era estrelado por ninguém menos que George W. Bush. Vocês viram? Nem tudo está perdido!

Tenham fé! Confiem! Tenham esperança! Mantenham o Carnaval pelado!
MICHAEL MOORE


E quer saber? Eu gostei. Sei que muita gente vai discordar e para variar, criticar o texto, alegando que mais uma vez os Estados Unidos se apresentam na forma de heróis.
Seria uma nova tentativa de política de boa-vizinhança? Michael Moore é o novo Pato Donald? E está na verdade a serviço de Bush? Talvez. Nós, como bons colonizados por hollywood, vamos inventar vááárias teorias da conspiração em cima disso, e não vamos acreditar em bobagens cult-sensacionalistas que a carta Capital publica, dizendo que todo mundo aqui é pau mandado do FBI.

E quer saber? Pau-mandados ou não, com Moore ou sem molho, não faz diferença. Se teve uma coisa que nós aprendemos nesses 1500 anos é que nada, absolutamente NADA resiste a nosso jeito de ser brasileiro. Pode vir quem for. Podem querer fazer o que que quiserem. Podem botar base americana pra dentro do mapa, Amazônia pra fora. O Brasil tem Minas Gerais pra comer quieto, a Bahia pra dar sombra, água fresca e uma boa dose de preguiça, o Rio pra dar mulher pelada e outras distrações, São Paulo para lucrar de qualquer jeito, o Sul pra deslumbrar. Não tem jeito. Entra cultura estrangeira, sai ourtra. Entra DEA, sai PM do Rio. Nenhum deles conseguiu impor sua totalidade. Quer ver imperialismo americano, baby? Vá ao Japão.
Aqui a gente vai levando, se fazendo de Nação de Idiotas pra quem quiser ver. Mas qualquer brasileiro sabe, que quando o bicho pega de verdade, todo mundo sabe direitinho como sobreviver.
Aqui não é Madri, nem Buenos Aires, aqui não é Havana, aqui não é Los Angeles, aqui não é Angola. Não é qualquer tremor de terra ou de barriga que vai fazer o Brasil cair.

Michael Moore, mesmo elogiando tanto o Brasil, ainda não conheceu a Bahia.
Se tivesse conhecido, certamente o presidente Bush estaria com menos dor de cabeça.

29 March 2004

praticidade


Aprenda aqui como nunca se deve vestir.
Estrelando Wanessa Camargo.

26 March 2004

The Ultimate Grace



Alguém tinha me dito pra ir ver Dogville? Pois deveriam ter feito. Esse filme não só mexeu com o meu estômago, como destruiu toda a minha religião e meus valores.
Be Merciful. Be Grateful...ah, VAI SE FODER.


O novo dogma do Lars Von Trier é bem joselito: Tolerância é pra quem pode. RESPEITO É PRA QUEM TEM. Bem ilustrativo mesmo. Pra mim, que não conheço nada do diretor, até que ele foi bem didático. Em "Os Idiotas", me fez acreditar na beleza do corpo e da natureza humana, mesmo na sua forma primitiva, ou disforme. "Em Dançando No Escuro", aprendi a ser misericordiosa com a natureza humana, que tem tantos bons e maus exemplos, mas sonhar é preciso, pois o bem vencerá.
Em "Dogville"....não existe humanidade.
Ela é questionada em TODAS, TODAS as suas bases. O que faz um ser humano SER humano? Até onde se justifica o mal que é criado pela mente humana? Somos, em nossa natureza primitiva, todos bons, e é na verdade a sociedade de nos corrompe? Pois é. Há quanto tempo vc ouviu isso? Não importa, vc sabe que vem de um tempo onde todos achavam ter razão e nenhum deles tem mais. Se nem Freud tem mais razão, meu nego, fudeu. É cada um por si e Deus por todos.

E falando em Deus....

Eu fiquei lembrando o tempo todo da frase: "Peroai-os, Pai. Eles não sabem o que fazem." Meu pai se emocionava toda vez que ouvia esta frase. Dava o outro lado da face para bater, ainda que injustamente. E assim, vivemos sofredores e felizes, esperando o bom senso divino ou estatal (existe para nós alguma diferença?) para nos fazer justiça.
Depois de Dogville, isso não é bondade e sabedoria. É covardia e arrogância.

É de fato arrogante pensar que somos superiores a qualquer mentalidade maldosa, porque a compreendemos e sabemos que não estão fazendo a coisa certa. E por elas não saberem, são menos inteligentes, intelectualmente limitadas. É arrogante pensar que somos retentores da justiça, e que ela virá, pois continuamos a fazer a coisa certa, mesmo para pessoas erradas. O pai de Grace tinha razão. Ás vezes a arrogância está na Misericórdia. Somos semi-deuses porque perdoamos. Como Ele, fazemos o mesmo.
Nunca mais....

Da mesma forma e ao mesmo tempo que Grace, percebi, finalmente, o que todo mundo já sabe: NINGUÉM MERECE. Quanto mais é dado bondade, tolerância e misericódia a um povo, mais este vai pisar em cima da sua cabeça. A natureza humana não existe em todos os humanos. E de fato, através da sociedade ou não, alguns são meros cachorros. Erram por ignorância, ou por medo, não importa. Se não conseguem ver a violência que cometem, sacrifica o animal. Isso é justiça dos homens, cachorros, não importa. É a justiça do agora.

Mas isso também soa muito familiar. Soa como pensamento americano frente ao terrorismo. São cachorros, sub-nutridos e ignorantes, com uma noção deturpada de valores e o que é pior, fanáticos por algo que desconhecemos completamente. Tá dando trabalho? Vamos perder dinheiro? Então acaba com ele, pronto, acabou. São apenas cachorros. Mesmo vale para um pres?dio, pegamos o filme Carandiru, pra exemplo. J? est? l? dentro, enclausurado, vivendo sob valores e sob uma justiça completamente deformada. É fato: não há redenção, não há reforma. Nasceram cachorros, estupraram, mataram, traficavam, gostavam. Vivem cachorros, rosnando e latindo alto, mesmo acorrentados. Morrerão cachorros, acuados, impotentes e incompreendidos. Pois, não há o que fazer.
Se Dogville é um microcosmo do mundo, a pergunta a fazer é: Quem são os cachorros?

Dogville também, em um feliz fechamento, retratou minhas passagens e fantasias sobre São José do Rio Preto. Nunca mais abro a boca sobre essa cidade, apenas responderei, com toda a arrogância que me couber citar Lars Von Trier: "O que eu acho de Rio Preto? Assiste Dogville." Fim da história.
Espero poder incendiá-la um dia também. Não fará falta.

E quanto a outros microcosmos e aforismos sobre o filme, o que eu tenho a dizer é muito simples. Não seja agradecido e não abane o rabinho ao seu dono quando ele lhe dá uma surra doída, e ainda faz questão de ressaltar que é ele que lhe dá abrigo e comida.
Quando for a hora, mostre os dentes, morda de arrancar pedaço e farte-se de sua carne.




* Não perca no próximo capítulo, aforismos sobre A PAIXÃO DE CRISTO: A réplica.

10 March 2004

mangoTILT


Como todo brinquedo que eu já tive na minha vida, passsava um tempo ele quebrava. Se eu conseguisse, eu mesma consertava. Senão, mandavam consertar. Se ficava muito tempo quebrado e feio, minha mãe pegava e jogava fora.

Por favor, alguém arrume logo o mango pra mim antes que minha mãe veja.

gorrhdinho plus


Eu gosto tanto do Gorrhdinho que vou dedicar mais um post pra ele.


Esse era o desenho do Gorrdinho, quer dizer, do Lobisomem. Em Inglês, o nome era "FangFace".



Mas em Português, o desenho começava assim:

"Numa distribuição Network: Bicudo, o Lobisomem!
No mundo, em cada 400 anos, nasce um bebê lobisomem na família Lobsking, e assim, quando a Lua brilha e ilumina o pequeno Bicudo ele se transforma em um lobisomem... Somente o Sol pode devolvê-lo ao normal.
O pequeno Bicudo cresceu e encontrou um grupo de amigos destemidos: Kim, Bill e Gordinho, que juntos formam a Lobsgangue, enfrentando perigos e aventuras emocionantes!"




Esse é o Gorrhdinho. O Bicudo é o magrelo da direita. Ele era assim, normal.



Mas toda vez que ele via a Lua...



Ele ficava assim.



Aí ele ia atrás do Gorrrhdinho.



Ele amava o Gorrrhhdinho.



Fazia tudo pelo Gorrrhdinho.



Mas também, olha o Gorrhdinho, que bonitinho.



Mas aí Gorrrhdinho ficava muito do puto com ele.



Tá vendo?



E quando ele voltava ao normal, o Bicudo ficava arrependido das peraltices e ficava com muito medo.



O Gorrhdinho seguinha puto.



Mas depois tudo acabava bem pq todos eram amigos e a turma sempre permanecia unida.
Sendo ela peluda, dixcontrolada ou gorrrrhhdinha.

porpeta killer



Obesity on track as No. 1 killer Inactivity, poor diet may overtake tobacco
By Nanci Hellmich
USA TODAY


Mata mais ser gordinho do que fumar nos Estados Unidos.
Logo, Big Mac é mais nocivo do que Marlboro.
Ei, as duas empresas são americanas.
A Phillip Morris agora está cheia de restrições.
E os Índices de mortes por tabaco estão diminuindo por aí.
Logo, deverí­amos impor restrições ao Mc Donald's.
Assim também salvamos alguns gordinhos.
E logo, todos os americanos enfim.

....
hum....melhor não.



P.S. - Esse post é dedicado ao Pao, Paz e Terra, o Alface mais Vermelho do baixo-equador.
P.S.2 - Essa imagem aí do lado é do desenho Bicudo, aquele magricelinho que não podia nem ver foto da Lua que virava um Lobisomem, que não parava de perseguir o seu melhor amigo, o goRRHHRdinho.
ADOOOOOOURO O GORRRRRRRHHHDINHO!!

09 March 2004

mang-o-matic*


Agora na versão delivery.


mailto: jsdghsadgiegy@jkdfhejheufyhe.com.br
assunto: "Olá, tudo bem??"
data: 20/02/04
reply: 09/03/04

Rgrtgjw,

Primeiro eu acho que vc não deve agradecer. A vida é assim mesmo, amizade é assim mesmo, a gente sempre acaba aprendendo e vivendo coisas muito especiais. Assim como vc eu tb aprendi muito, mas muito mais do que vc imagina. Vc tb me ensinou bastante.

Em relação às mancadas, certamente não foi só vc. Mas eu acho que tem certos assuntos que a gente tem que relevar, algumas pessoas só vão entender o que eu passei quando passarem por algo parecido. Não foi fácil tb por muitos outros motivos. Mas cada um com seus problemas e eu acho que se vc já aprendeu com isso, eu fico contente.

Na verdade eu tranquei a faculdade, por isso deixei de ir. Na mesma semana, fui expulsa do meu grupo que além de "limitado" me odiava, perdi meu amigo que era apaixonada e meu pai. Digerir tudo isso, certamente, não era fácil e ainda tinha meu trabalho pra ser resolvido. Mês depois, meu chefe teve um colapso nervoso, houveram muitas mudanças e depois de toda a tensão, eu escapei de um corte absurdo aqui. Até hoje, sem meu pai ajudando, o dinheiro não está dando. No começo desse ano eu passei fome.

Ou seja, a ESPM e meus queridos coleguinhas sempre sedentos de satisfação era a última coisa que eu queria pensar.

Este ano, voltei pra facul, pra fazer PGE. Peguei 4 DPs, fui expulsa da faculdade, me botaram de volta. Agora a faculdade está me ajudando como pode. Eles foram mais compreensivos, mas pra isso tive que abrir minha vida pessoal inteira, pq se não fosse por isso eles nunca teriam feito nada.

E agora as coisas estão indo tão bem, que é quase impossível de acreditar. Mas pela primeira vez depois de tudo eu estou feliz e curtindo muito, porque eu sei que eu mereço cada coisa boa que está acontecendo agora.

Inclusive agora, sua volta veio só completar o meu sunny day. Eu é que te agradeço.

E o acidente, eu soube. Falei com os meninos semana passada não foi nada de muito muito grave. The kids are alright. Os meninos se machucaram, mas ninguém morreu. O Hghshg e o UHjhyd eram os outros dois que estavam no carro e eles estão ótimos. Acabaram de voltar da rave desse final de semana. Foi só um susto, graças a Deus.

E quanto a vc ter alguém, vc sabe que merece tanto quanto eu. Talvez eu, como muitos outros saibam pq vc está ainda sozinho. Mas eu tenho certeza absoluta que logo mais a ficha cai e aparece alguém de onde vc menos esperava, do mesmo jeito que aconteceu comigo. Essas coisas tem tempo certo, fazer o que....definitivamente, não é a gente que manda no coração.

A gente se vê no mango. Se vc deixar, queria fazer um post com essa carta.

bjão



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