05 January 2005

Jailson, livre-se dele.


Querido Papai Noel,

Este ano eu fui muito boazinha. Mas os outros não.

Por isso, para o próximo Natal eu quero um capanga de presente. Porque, querido Noel, este ano eu jurei a mim mesma que não vou me esforçar um minuto sequer para ser boazinha e compreensiva com quem não merece. Entra ano, sai ano, desejamos felicidades e paz. Fazemos planos e pagamos nossos pecados. E impostos. E micos. E sapos.
Chega.
Pode encomendar um jagunço pra mim bem brasileirão mesmo, ex-policial, sem escrúpulo nenhum, mas eternamente fiel a sua contratante. Nome: JAILSON, meu mordomo do mal. Porque todo serviçal classe A que se preze tem nome gringo com Jota, mas jagunço que é jagunço tem quer ter o sufixo SON. Por isso Jailson. Obrigatoriedades: me chamar de madame e não ter necessidade de dormir ou sorrir ou falar. Move-se apenas com um chamado de minha voz. A cada vez que qualquer imbecil cruzar meu caminho, como uma dama que chama pelo garçon para pedir seu chá, ordenarei pacificamente:

- Jailson, livre-se dele.

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