16 August 2005

Toda volta tem um certo medo. Tem perguntas intermináveis de outros. Tem vergonha. E pra mim voltar tem sempre uma sensação de puxar pra trás, um puxão de orelha do destino, pra resolver tudo o que eu não fiz, ou não fiz direito. Botar um mal, mas necessário ponto final em cada história.

Todos eles são mais baixos que eu. Todos com os olhinhos perdidinhos, sedentos ou aflitos ou completamente alheios, típico de qualquer 4° colegial. Eles, definitivamente não sabem o que fazem. Ou pelo menos era isso que eu pensava quando tb não sabia o que estava fazendo. mas foi surpresa, tanto vergonhosa, de descobrir que muitos, a maioria, estava consciente (e presente) quando precisava, menos eu. Eu não sei que diabos eu achava que era mais importante do que estar presente nas aulas da faculdade. É claro, tardiamente, tive que voltar pra saber.

Bem mais humilde e tímida do que antes, meu rei da barriga migrou pro cérebro. Não tive medo nem embaraço de logo de cara, fazer trabalho com um grupo que, aos meus antigos olhos, eram de bobos e bitolados. Evitando o grupo dois espertões (e das gatinhas, sempre), foi mais fácil. Como raríssimas vezes, o trabalho fluiu. Eles querem fazer, acertar, eu também. Antigamente, um dormia, uma saía, a outra ia atender o telefone, os que ficavam eram completamete acéfalos. De tudo, os formandos de hoje não são tão ruins.

Claro, é ridículo. Eu, de PGE feito e scarpin vermelho fazendo o QUÊ nessa faculdade ainda. Mas pra quem já se escondeu de um bando de caipiras em 1995, não vai cometer o mesmo erro em 20005 com a cambada de pseudo-pobres e pseudo-suecas que habita a ESPM atualmente. Porto-me de CDF, com orgulho, passo intervalos estudando, assisto quieta e atenta às aulas, mesmo que seja com o inútil conteúdo de Planejamento de ComunicaçãoII. CDF sim, isso foi malandragem. Que malandrona fui eu quando papai pagava a faculdade para eu enforcar as aulas, entrar e sar, interromper alunos e professores sempre imcompetentes, sempre idiotas, que tinham que disputar comigo no grito e na atitude? Francamente. É, cá está a malandra de volta, como uma grande e ruidosa repetente na classe, que ninguém sabe por que está lá, mas irão perguntar, como já perguntaram.

Numa boa, eu respondo.
Estou orgulhosa de ter tido coragem pra voltar.

4 comments:

Fabio said...

o mérito só importa pra vc minha querida amiga e é isso q importa! Beijos.

Anonymous said...

Pôxa,q bom q vc voltou!Adoro seu blog,viu? acho vc sensacional!Escreve mais e mais,ok?

Daniele Carneiro said...

Vou me valer de várias frases sábias desse post para sobreviver nos meus dias de faculdade...

Anonymous said...

Grande Gegé!!!!
As vezes é bom refazer o caminho pra pisar de outro jeito, e vê tudo passar de outra forma.
beijos
Sou fã...
Doutor Ailton