07 February 2003

poesia arranhada


É como eu sempre digo.
A poesia só nasce do caos. Só em tempos de guerra, onde a gente não encontra paz em lugar nenhum, a gente vai achar paz só dentro da gente mesmo. Escrevendo qualquer poesia arranhada, feia ou mal-estruturada, mas que nos satisfazem e nos refletem totalmente.
Platão dizia que felicidade é desejo, e desejo é por definição, aquilo que a gente não tem ainda. E quando a gente tem, perde a graça.
Eu acho que Platão não passa de um grande punheteiro.
Assim como os poetas.
Mas todos tem seu momento de punheta. Inclusive eu.
Mango Chutney homenageia todos os corações que estão ou já estiveram partidos, aos quais todas as letras de música romântica, da pior que seja, fazem total sentido.


Tô te esperando pra te encontrar.
Numa noite dessas, em qualquer bar
Você e a sua namorada
Eu vou estar desacompanhada
Mas prometo não chorar.

To te esperando pra voltar.
To contrária ao mundo inteiro
Amigos, conselhos, cartomantes.
Que insistem em me indicar
Um novo paradeiro.

To vivendo uma coisa nova.
Coisa que você já viveu
E você, namorando.
Depois de tudo que sofreu
Na minha mão.

To brigando com meu coração
Que tá pedindo pra você voltar
Ta querendo te encontrar
De qualquer jeito, sob uma condição:
Você diz que já esqueceu
Mas que ainda quer me amar
E ele diz que ele é seu.
Só seu. Todo seu.

E mesmo se a gente não se encontrar
Ele ainda há de cumprir
O que antes prometeu.
De ser só seu.
Ainda que não possa te alcançar.

Chamem-me de brega. Mas o amor, se não fosse tão cego, teria mais bom-senso também.

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