07 October 2005

Béin! Béin!, disse o Barbosa.

Eu acho assim: de verdade, tem tanta coisa mais importante pra perguntar num referendo, e a pergunta, sim, devo concordar, é meio mal-feita e um tanto tendenciosa. No fundo, no fundo, como dizem os que votam NÃO, esta pergunta não resolve nada.

Eu sinceramente detesto política porque eu morro de preguiça. PORQUE PRA ENTENDER DE POLÍTICA, FOFINHOS, deve-se conhecer a fundo todos os lados, e quem os compõe. Não é sair gritando sim ou não, PT ou PSDB, este país nunca foi maniqueísta desse jeito, e importantíssimo ressaltar, nunca foi de um lado só. E eu de repente até não chamo isso de um país corrompido: eu prefiro dizer que o Brasil é uma bicha louca, que adora bigode mas não resiste a um peitinho. E assim somos nós também.

E inocente foram os que optaram por fazer isso justo agora, sem achar que muita gente não ia sair na rua gritando "Guerra Civil! Desvio de Atenção! Nazismo!". E irresponsável, de máxima irresponsabilidade a Veja (e hoje concordo com a Rita Lee quando a denominou de Tablóide Nazistóide) tomar partido deste jeito. A revista Trip também fez isso, mas era de se esperar, e a Trip é feita de e para pessoas já bem informadas o suficiente pra filtrar bem a informação recebida. A Veja é uma revistinha pra classe média que pensa que pensa, que todo sábado vêm apanhando de golpes baixos de direita. Estes últimos meses então têm sido assustador. E irresponsável. E engraçado, eu tenho achado que o Jornal Nacional anda bem mais razoável. A novela que anda jogando merda no ventilador. América, além de gastar muito pó bronzeador, anda ocupando o consulado americado de velhinhas, doidinhas pra viver com seus amigos sênior na Flórida, reduto dos aposentados americanos. Fato verídico. Um amigo que tirou o passaporte ontem (depois de 6 meses de espera), conversava com uma velhinha revoltada, sonhando com a América tal qual a terracota Sol, mas com visto recusado, como tantas outras que estavam ali. Ouvi dizer tb que o México, que nunca pediu visto pro Brasil, teve que mudar de conduta. E quem a gente culpa? A Novela!! ahahahahahhahh!

Mas eu disse que eu detestava política. E não vou tomar partido porque não estou tão bem informada de todos os assuntos que envolvem o referendo.
Mas vou terminar com um trecho da Trip, que eu li só hoje, depois de tanto ouvir NÃO ao desarmamento, para reflexão de todos.

A bandeira que vc tanto levanta, filhinha, pode estar atrapalhando sua visão.

Como quase tudo o que sabemos ser melhor para nós e nossas vidas, mas que se torna incrivelmente complexa na hora de transformar a teoria em prática. Assim é a questão sobre o direito do uso de armas num país que, pasmem, acaba de ser apontado pela Unesco, em junho deste ano, o número um no ranking de homicídios por arma de fogo em números absolutos (mais de 300 mil pessoas em dez anos). E a esmagadora maioria dessas mortes não é provocada por armas ilegais de grande calibre, como argumenta os opositores do desarmamento. Mais de 90% das armas apreendidas em crimes em nosso país são de calibre permitido e entraram na sociedade legalmente. E as maiores vítimas dessa tragédia cotidiana são pessoas de até 25 anos. Os jovens, aqui, são mortos por balas numa proporção três vezes maior do que no resto da população.

2 comments:

Nalu said...

Maria, entendo quando você diz que não gosta de política porque eu tb não. É preguiça como a sua. Sinceramente acho que esse referendo é inútil. Há coisas mais importantes para se preocupar do que simplesmente aparar as pontas. É preciso cortar o mal pela raiz. Por exemplo, eu queria muito que houvesse um referendo em relação ao Mensalão. Acho que esse governo precisa de FOCO. Mas já que dia 23 vai ser sobre o que vais ser, faço minha parte. Sou totalmente a favor da paz e do desarmamento. Mas TOTALMENTE contra qualquer instrumento que possa me impedir de usar da minha liberdade. Portanto, focar nas "arma" como um problema é ilusão coletiva. A verdadeira comunidade, sociedade modelo é aquela que pode escolher se quer comprar uma arma ou não. Mas ela não vai querer, pois não haverá necessidade. Utopia? Talvez. Mas já que é para investir em algo, vamos investir direto, no fundo da ferida, não só cutucando a casquinha. Continuo no NÃO, melhor deixar o ser humano com a sua escolha e cuidar mas que não haja mais impunidade, assim todos serão DE FATO responsáveis pelos seus atos. Bjos linda.

Anonymous said...

Querida, continuo no "não" (na mesma linha da Nalu - contra armas, mas a favor da liberdade de escolha), mas obrigada por ser a pessoa a fazer (enfim!!!) um contra ponto decente (e estatístico) quanto ao SIM. Como sempre: friends with brains rule!!! Hahaha! Te adoro, beijão!
K.