23 June 2005

Miss Little Shit
Eu ando poética demais pra escrever mas eu resolvi parar porque eu lembrei que eu não leio poesia. Eu acho chato. Poesia é pra quem tem, é pra quem pode, Deus me livre soar como um desses que acha lindo rimar amorr com dorr.

O amorr é uma dorr.

Eu ando é carente, isso sim. E eu não sei mais exatamente por que. Como sempre, a corda arrebenta do lado mais fraco e o boy, tadinho, acaba levando culpa de tudo.
Você não me faz surpresas. Não me dá atenção. Não me liga, você não me espanta, não me explode, não chora nem vela nem nada. É tudo tudo culpa sua.
E tal qual minha cachorra Valentina, esta cadela que vos fala, toda vez que quer chamar atenção comete qualquer ato do mais desagradável. Afinal, Valentina sabe que latir não assusta mais ninguém e é facilmente ignorável, já que o ouvinte não vai entender uma punheta palavra do que está ouvindo.
É preciso mexer no lixo, arranhar os móveis, fugir.
E por um tempo, foi isso que eu fiz, consciente de justa causa.
Só que de repente, isso não vai mudar. De repente o problema não é ele, de repente eu estou carente e ponto, sem me projetar em nada nem ninguém.
Agora fudeu. Eu vou remexer no lixo de quem?
Esta cadelinha mimada a maus tratos, na falta do que sentir, sente falta. Sente vazio, e não há nada que se veja ao redor, por hora, para preenchê-la.

Que inveja da Valentina.

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