24 March 2005

Viva La Open Source!



Baixe, baixe...
Porque você vai gostar.

Video

1 - Interstella 5555 - Daft Punk (filme da banda que contém a clássica One More Time e a imperdível Aerodynamic)
2 - Cool Devices (clássico hentai sado maso)
3 - LOST Series (eu já falei.)
4 - Sanduíche-iche (vamos imortalizar dona Ruth Lemos)
5 - Comic Strip - Brigitte Bardot e Serge Gainsbourg (clipe de BB dos anos 60. Tosco, coitadinha.)

Música

- Love Hina - Opening Theme (músca de abertura do seriado Love Hina. Um hardcorezinho pra lá de kawaii.)
- Kal Ho Naa Ho - Pretty Woman (versão indiana de Pretty Woman. Bollywood!)
- Daft Punk - Technologic (nova. é bárbara)
- Hanayo - Joe Le Taxi (velha. mas é bárbara. Versão electro do sucesso de Vanessa Paradis, imortalizado em português pela Angélica.)
- The Cramps - Bikini Girls With Machine Guns (pra fazer carão)
- Audio Bullies - Real Life (eletrônico)
- The Supremes - My baby Love (clássico das cute)
- Vive La Fête - Maquillage (tão bicha....)
- Kid Loco - Relaxin' With Cherry (música eleita a mais gostosa do mundo.)
- Cibo Matto - About A Girl (a turminha do Sean Lennon ataca de cover novamente, dessa vez do Nirvana, versão meio bossa-nova meio merengue. Aproveitando o embalo, baixe tb a versão deles de Je T'Aime, Moi Non Plus. Sabe o talento que o japonês tem pra rebolar? Então, é o mesmo talento que eles têm pra cantar gemendo.)

Depois me conta.
Ou me sugere que eu baixo aqui também!
Viva La Open Source!
Ela tá pedindo...

Vamos bater na Caroline Biitencourt?
Ou escondê-la nem escondidinha em algum canto, com uma mordaça e aplicá-la um bom corretivo.
Porque não basta ser burra: tem que ser malcriada.

A desavisada mais famosa do Brasil, que apareceu num casamento vestida de branco , entrou pelos fundos porque o "namorado" "esqueceu" de dar RSVP que estava indo com sua "mulher" , foi enxotada pra fora e ainda achou lindo dar coletiva sobre o vexame, ganhou um prêmio no dia Internacional da Mulher que até agora eu não entendi porque. Acho que o prêmio mais adequado depois de tudo que ela fez era cobri-la de branco. Mas desta vez do jeito correto: todos os homens da assembléia ao redor dela tocando punhetas especiais para ela, na cara dela. Ao vivo, televisionado e aplaudido, claro. Porque mesmo que ela esteja achando estranha uma situação como essa ser aplaudida, se for, ela vai sorrir e agradecer.

Garota, entende uma coisa: isso é feio. Não diga que tudo isso foi um ato de rebeldia em prol dos seus direitos. Não foi. Um bibelô, ops, mulher, que vai de vestido branco da Rosa Chá francesa num casamento não tem a menor noção do que é nada. Muito menos o que é ato rebelde. Direito tinha a Cicarelli, de enxotar você da festa. Vc estava na França, não na casa do seu namorado da semana. E mesmo que estivesse, tenha modos. Desavisada sim. Mal-educada. Feia, feia, feia.

E como se não bastasse o primeiro bafo, a menina ainda declarou que mesmo que não seja convidada pra cerimônia no Brasil, ela vai mesmo assim.
Que espécie de orgulho é esse de fazer carão?
Ela não tá merecendo uma surra?
Os seguranças do casamento agora deveriam mandar a Bittencourt no lugar onde ela gosta. Nos fundos. E bem mandado.
Se a Cicarelli não o fizer,
Façamos.

20 March 2005

ElegiaElegiaElegia

Deixe que minha mão errante
Adentre atrás, na frente,
Em cima, em baixo, entre
Minha América
Minha terra a vista
Reino de paz se um homem
Só a conquista
Minha mina preciosa
Meu império, feliz
De quem penetre o teu mistério
Liberto-me ficando teu escravo
Onde cai minha mão
Me selo gravo
Nudez total
Todo prazer provém do corpo
Como a alma em seu corpo
Sem vestes, como encadernação cristosa
Feita para iletrados
A mulher se enfeita,
Mas ela é um livro místico
E somente a alguns a que tal graça
Se consente é dado lê-la.
Eu sou um que sabe.

(Caetano Veloso)

:: Você sabe que eu não deixo nunca de pensar em você. To te esperando pra vir me ninar com Caetano de novo.

No messenger:

ah sim, tem otimas noticias pra vc
opa, jura?
Ou melhor
tenho ótima noticias
é
o que é?
achei sua tatuagem
juraaaa?????????????????????????????????????????????????????????????????????
jura mesmo???
é
no tatuador da minha irmã
o que é? onde é?
ele tem uma serie de pranchas (ilustrações), que são só de guerreiros
estilo japones
não acredito.
é um livro chamado os 108 herois
uq?
no meio deve te ro musashi, acho
UQ????
tem sujeito com duas espadas, pelo menos
então é ele!!!!
mas tem mais de um com duas espadas, calma
ahn
mas eu acho que vc encontra o que vc quer, sim
uau
sao lindos os desenhos
e onde é?
na frente do urbano
ah, é fácil.
mas esses desenhos nao ficam la sempre
e como eu faço?
ele separou pra mim pq me conheceu atraves da minha irmã.
eu teria de te levar la
ah
e vc me leva??
claro, ms pimentel
oba!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
não acredito!! Muito muito obigada mesmo!!
onde vc quer fazer?
não sei. acho que nas costas. Eu gosto das minhas costas.
acho que em outro lugar ficaria agressivo.
pq um guerreiro é um negócio agressivo
exato
então.
mas vc faria enorme?
No.
não é minha cara.
precisa ornar comigo, com meu corpo.
tamanho médio, no meio horizontal, mas perto dos ombros?
isso, por aí.
ou algo mais proximo da cintura?
não....o meio das costas fica esquisto vc não acha?

sabe onde eu faria tb?
no braço.
eu gosto do meu braço.
podia ver de fazer uma manga japonesa com o guerreiro
af, isso eu faria. em vez de Maria do Bairro eu me tornaria Maria da Gangue.
ai dilui um pouco a agressividade do guerreiro e fica lindo
é verdade. eu faria.
questao de conversar com o cara
mas eu vou ter que cortar meu braço pra pagar né....
ah, ai complica, pq essas coisas sao caras mesmos
eu sei.
Mesmo assim, é chegada a hora.
se eu achar esse desenho mesmo,
eu vou me tatuar.

19 March 2005

Noite (me) Leve.Noite (me) Leve.Noite (me) Leve.

Paxtelão, minha amiga, costumava acalentar nossos corações sedentos e um tanto medrosos com a seguinte máxima: Já que é pra enfiar o pé na jaca, abre os dedo. E com esta maravilhosa concordância, seguíamos nossa jornada ladeira abaixo. Ontem foi um dia desses. Ou melhor, uma noite daquelas.

Semprei achei que nunca mais poria os pés de novo no Lov.e. Acho batido, reduto de moleques cheirosinhos e cheiradinhos, playboys-traficantes, garotas perdidas, enfim...chato. Além do mais, não tenho mais a menor paciência daquele lobby de porta de boteco, gente querendo falar com fulano, que conhece beltrano, eu sou promoter, eu sou modelo, eu sou amiga da amiga que mora com ele. É feio esmolar de sapatos Gucci. E lá dentro sempre piora. <>

<>Mas ontem foi diferente. O lugar era o mesmo e as pessoas (e as "aparições") eram as mesmas de dois anos atrás, mas tudo estava diferente. Nós entramos, saímos, viajamos e comemos em todos os sentidos, vivemos uma rotina quase diária de maquiagem no rosto de manhã e á noite e depois nos cansamos e paramos com tudo, começamos namoro, encaramos uma gravata às nove da manhã, o happy-hour da firma, fazemos planos pra morar fora, mas estavam todos de volta lá. A maioria dos que estavam ali ontem, esta era a impressão, não se reuniam há muito tempo. Meus amigos, meus irmãos preciosos, pessoas que eu convivi durante mais de 3 anos seguidos, todos juntos. E se não fosse pelos fortíssimos abraços de saudade, nem parecia que ficamos longe do convívio por tanto tempo.<>

<><>Foi saudade de tudo junto. Saudade do clima, da bebida, do oba-oba, de dançar aquela música, de fazer o rotineiro carão, de usar chapéu, de acordar de maquiagem borrada, sair da balada de manhã, ainda rindo, ainda no pique, eu achei que nunca mais ia sentir isso, eu tava morrendo de saudade de mim.<>

<><>A velhice não é pra mim. Ficar dentro de casa não é pra mim. Me cuidar em plena sexta-feira pra evitar ressaca não é pra mim. Regular palavras, não abraçar meus amigos, não xingar menininhas, não conhecer pessoas novas, não rir até cair no chão, não usar roupas que eu quero, não falar o que eu quero, não fazer o que eu quero. Eu, definitivamente, não sabia onde eu tinha me metido até agora. Mas nesta semana eu me achei, e tava tudo lá, certinho, não tinha perdido nada.<> Egoterapia nela!!!

15 March 2005

Leve Noite.Leve Noite.Leve Noite.

Esta noite passada sonhei que meu pai veio me visitar na loja. Veio com aquele ar de dono do mundo, não mexa com minha filha. Postei-me de filha, de cria do Pimentel, não mexam comigo. Acompanhava meu pai em todas as partes da loja, omde ele, sem me dizer nada, pegava peças de roupa que já sabia que eram minhas preferidas. Meu pai mais uma vez, voltou para me mimar porque ele sabia, eu precisava. Fomos a sala dos brinquedos, ele riu, não de mim, mas junto comigo. Não foi vulgar, não foi repreensivo, foi meu pai.
Almoço e jantar com amigas e antigas histórias.
E na madrugada, uma rufada de calor veio com a chuva, trazendo aqui pra dentro de casa uma leveza que há muito tempo não sentia. Amigos mais preciosos do que qualquer coisa entre meu expediente e estresses emocionais. É leve olhar para o espelho no fim do dia. Era como se minha crença perdida estivesse no seu devido lugar, intacta, sem nunca ter sumido.
Era como se eu voltasse. E de dentro para fora, eu sorri.

É bom estar de volta para o seu abraço. Vou curtir esssa sensação até amanhecer outra vez e eu acordar com o cheiro de mim mesma na cama.
Burn this house
Burn it blue
Heart running on empty
So lost without you

But the night sky blooms with fire
And the burning bed floats higher
And she's free to fly

Woman so weary
Spread your broken wings
Fly free as the swallow sings
Come to the firework
See the dark lady smiles
She burns

And the night sky blooms with fire
And the burning bed floats higher
And she's free to fly

Burn this night
Black and blue
So cold in the morning
So cold without you

And the night sky blooms with fire (Y la noche que se encendia)
And the burning bed floats higher (Y la cama que lleva)
And she's free to fly (A volar)

And all of the dark days
Painted in dark grey hues
They fade with the dream of you
Wrapped in red velvet
Dancing the night away
I burn

Midnight blue
Spread those wings
Fly free with the swallows
Fly
One with the wind

Y él es flama que se lleva
Y es un pájaro a volar
Y es un pájaro a volar
En la noche que se encendió
(...)
Luces del cielo

And the night sky blooms with fire (Y eres flama que se lleva)
And the burning bed floats higher (Y eres un pajaro a volar)
And she's free to fly (Y eres un pajaro a volar)
Just a swallow in the sky (Y eres la noche que se encendia)
...
much brighter (bla bla bla y la oscuridad)

Burn this house
Burn it blue
Heart running on empty
So lost without you

14 March 2005

Eu sempre quis saber como é fazer um conto como aqueles tipo "Sabrina" ou "Julia", aqueles contos semi-eróticos que vende em banca de jornal, com aquelas ilustrações de Catuaba Selvagem na capa. "E então Sabrina pode vislumbrar seu peito largo e moreno..."
É, um tanto nojento, a considerar que todos os "peitos largos" e "membros eretos" eram fantasiados com um considerável tufo de pêlos.
Resolvi fazer uma versão mais moderna, usando duas personagens femininas e semi-fictíceas.
Pode ser ainda repulsivo para alguns, mas vá lá,
pelo menos a quantidade de pêlos diminuiu.


Pietra Di Giorno.

Rita só queria sair dali, depressa. Fechou a porta, entrou no elevador e só então pode ver o estado em que se encontrava. Mesmo que gostasse de Pietra, não teria ficado só por causa de seu estado. Ela até pensou em voltar atrás e ligar, apenas para dizer que tinha gostado de estar ali por algum tempo. Mas, involuntariamente pensou que seria o pior a fazer. Satisfeita com sua sábia decisão, Rita relembrava.


Abriu os olhos num quarto na penumbra, quase claro por causa da luz do dia, mesmo com as janelas fechadas. Já devia passar das três da tarde. Virou de lado para ver seu relógio quando alguma coisa atrás dela espreguiçou-se. Sentiu peitos roçarem suas costas. Era uma mulher. Não estava lá o seu relógio, o quarto não era dela. Olhou ao redor e nada parecia familiar.

- Já acordou? - disse a outra voz feminina, rouca de sono. Disfarçando seu total pânico, Rita sorriu, virou-se de frente pra ela e disse: Estou com um pouco de frio. Abraçou-a e novamente, fizeram amor. Rita ainda sem entender onde estava e como tinha ido parar ali, acariciou-a e beijou-a como se fossem namoradas. Mas quis ir rápido. Quando acabou, levantou-se, estava muito tonta. O que teria feito? O que teria bebido? Onde foram parar suas amigas? E principalmente: qual era o nome da garota que ela tinha acabado de comer?

Sem dar explicações levantou-se para ir ao banheiro. Um varal de fotos de festas e viagens à praia atravessavam a parte superior do espelho, com dizeres e letras que formavam um nome: Pietra. Sim, era um nome estranho, parecia estrangeiro, ela lembrava-se vagamente de ter pensado nisso na noite anterior, parecia nome de algo inanimado, pedra, menina-pedra, menina que não sentia nada, que na verdade era ela. O espelho refletia o seu corpo ainda alinhado, ao contrário dos cabelos. Os olhos vermelhos por causa da bebedeira, um tanto arrependidos. Cheirou-se, e só podia sentir o cheiro de Pietra de alguns minutos atrás. Riu, para tentar espairecer da situação insana em que se encontrava, e assim saiu do banheiro. Olhou para ela ainda na cama, com metade de seu corpo despido e descoberto, Pietra cochilava.

- Preciso ir, tenho que ir embora, gata, disse baixinho, mas dessa vez não conseguiu esconder que estava aflita. - O que foi, Rita? Por favor, fica aqui comigo, minhas amigas não acordaram ainda, elas te levam embora... Segurava nos braços de Rita, buscando ainda um carinho, um olhar quase apaixonado de mulher quando acorda acompanhada. E Rita só conseguia repetir "Tenho que ir, tenho que ir", disse qualquer baboseira pra tentar com muito esforço encontrar suas roupas, fétidas de cigarro e sujas como se tivesse vomitado nela mesma.

- O que houve aqui? - perguntou, mostrando a blusa branca manchada de pedaços de alguma coisa roxa. - Ué, você não se lembra?, estranhou Pietra. - Minha amiga estava do seu lado no carro quando vínhamos pra cá e parou para vomitar. Vc a ajudou. Vc foi muito fofa, todas te adoraram. Rita invadia-se de interrogações e uma indignação: isso é dia de ajudar gente desconhecida? Justo quando se está com a blusa novinha e branca? Pensou na sua mãe, a mataria quando visse. Mas talvez ela se mataria antes. E Rita era só sorrisos nervosos, querendo logo esconder seus dentes que rangiam e queriam se ocupar de outra coisa.

Rita fez-se relaxada, largou a blusa e afundou-se entre as pernas de Pietra novamente, sem entender por que estava fazendo aquilo. O quarto ficava cada vez mais quente por causa do sol, o dia lá fora gritava por ela e Pietra, apesar de estranhar a reação da amante, preferiu pensar que era apenas nervosismo pela beleza dela e pelo calor da situação. "Devemos estar nos apaixonando", pensou Pietra. "Devemos imediatamente parar com essa história de beber", lamentava-se Rita. Mas Rita continuou. Gostava de sentir em seu poder a delicadeza daqueles suspiros e secreções, as mãos finas a puxarem seu cabelo com força, a súplica pelo que, naquela hora, só Rita poderia oferecer.

A força era tanta que Rita já começava a enjoar, levantou-se e correu novamente pro banheiro de varais fotográficos, esperando vomitar. Ao invés disso, lavou o rosto e finalmente, encontrou sua calcinha jogada no canto. Estava tudo bem. Colocou a calça, o tênis, saiu novamente e fez sinal para que Pietra soubesse que estava tudo bem, mas logo tratou de colocar o resto da roupa antes que ela entendesse que iria continuar com aquilo. - Onde está minha bolsa? - continuou. - Você não trouxe. - Pietra era agora séria e preocupada. - Você vai fazer o que eu estou pensando, não vai?? Vai fazer o que todo mundo faz, vem, me come só pra sair por aí dizendo "eu comi a Pietra", não é isso? Vc veio aqui pra isso não foi?

Rita parou. Quem diabos era Pietra, afinal? Estaria ela com o gosto na boca de alguma boceta azul? Ao invés de desdenhar e cuspir no prato que acabara de comer, Rita aproximou-se eu beijou-lhe a bochecha de maneira quase que infantil, pois pensou, a situação era tão ridícula que pedia. - É claro que não. Nos veremos ainda essa semana, eu te prometo. - Fica comigo agora - choramingava Pietra. Em um movimento só Rita perdeu a paciência e quase tropeçando já saia do quarto, aflita para chegar à porta onde havia entrado, se ela ao menos disto se recordasse.

- Não quer comer nada? - Pietra pôs-se anfitriã. - Não obrigada, estou satisfeita. - disse, não quis perder a piada. E ela mesma puxou Pietra para a porta, para abri-la. Esta apenas olhava e posava-se atraente e desprotegida. Não que Rita não estivesse gostando de ser ver na posição de ativa, mas isso era demais.

- Não vai nem pegar meu telefone?
- Ah, é, claro. Como se escreve Piera mesmo?
- Com T. Vc se esqueceu do T.
- É que eu estou acostumada sem o T - disse Rita de qualquer jeito. Foi tudo o que conseguiu pensar.

Anotando o telefone atrás de um rótulo de cerveja que estava jogado, Rita dobrou com pressa o pedaço de papel, deu um beijo rápido, quando Pietra a puxou novamente, querendo mais do que uma batida de lábios nos seus. Em vão. Rita só queria sair dali, depressa. Fechou a porta, entrou no elevador e só então pode ver o estado em que se encontrava. Virou de costas para o espelho e passou reto pelo porteiro. "Sim, eu comi aquela inquilina gostosa noite passada. Por favor, esteja acostumado a isso", pensava. Porque ela mesma não estava, com seus 19 anos recém feitos e os pais a sua espera, provavelmente para o almoço, provavelmente impacientes.

Quando entrou no ônibus que passou em frente à casa de Pietra, chegou a pensar que o cobrador também poderia saber. Que ela, a mortal Rita, era apenas mais uma vítima da famosa e melancólica Pietra, de espelhos decorados e amigas de estômago fraco. E quanto mais o ônibus se distanciava, Rita sentia-se mais aliviada, um pouco orgulhosa e um pouco estranha. Por algumas horas ela pode sentir a mesma repulsa, prepotência e medo do outro lado, que tanto ela mesma outrora constestava. E pode dar adeus a todas as vezes que tentou, de forma tão patética quanto a de Pietra, conquistar alguém que só queria uma ou duas horas de total desapego. Livre de culpa, livre de receios, livre de compromisso, livre.

Rita tinha acabado de experimentar uma mulher com um paladar masculino.
E a caminho de casa já se salivava com a infinidade de petiscos e baquetes que viriam a encher seu estômago.
LOSTLOSTLOST

Você não morreu. Está numa ilha. Vc ouve ondas, barulho de mato e gritos. Vc chega até a praia e vê os destroços de metade de um avião pegando fogo, e ao redor disso muitas pessoas gritando, estão feridas e mortas. Mas todas, sem exceção, estão perdidas. Como você.

LOST era um seriado que não me chamaria a menor atenção se não fosse minha curiosidade de saber por que meu namorado, nesta última semana, baixou os catorze primeiros epísódios na internet. Eu a princípio, como todos os que ficaram até ontem de madrugada vidrados assistindo o seriado, acharam exagero. Pra quê baixar algo que vc só ouviu falar, que acabou de começar, e pior, trata-se de um assunto batido: os sobreviventes de um acidente de avião?
Tipo, não basta já o Tom Hanks?

É que LOST é diferente. Além de não ter o Tom Hanks, tem mais surpresas e muitas vantagens. A começar por um dos personagens principais, Jack, interpretado por Matthew Fox, aquele moço de olho claro que fez Party Of Five (que eu só assistia por casa dele). Pois é. Agora ele é mais velho, ele é forte, ele é durão, ele é um médico.

E não pára por aí. Todos os personagens têm um passado que, é claro, os outros desconhecem. E conforme os capítulos avançam, a gente vai acompanhando quem era quem antes do acidente. Em algum dos casos, as pessoas mudam completamente. É aquela história da persona que minha irmã me explicou. Alguns têm a chance de mudar completamente a personalidade e assumir uma nova para aquele grupo específico. Ou algo assim. Um efeito meio Big Brother. Mas isso ela explica melhor.

E como se não bastasse toda aquela situação de desespero que leva o espectador a pensar o tempo todo o que faria se estivesse lá, ainda existe a floresta da ilha, onde realmente tuuuuuuuuuudo pode acontecer. Barulhos sinistros, mortos perambulando de terno, aleijado anda de novo, corpos são descobertos. E paro por aí, senão perde a graça.

LOST é uma mistura de Survivor + Ilha da Fantasia + Arquivo X. Ou seja, uma fórmula de tudo que dá certo tem tudo pra dar errado, certo? Errado. A gente andou lendo por aí os (trilhões de) fóruns de discussões sobre o seriado, com explicações do que teria acontecido na ilha e com os sobrevientes. Uma delas defende a idéia de que na verdade, todos já morreram e eles logo descobrirão que estão em um limbo entre a terra e o céu, e que isso explica as aparições sobrenaturais da ilha. Não gostei, achei meio Caverna do Dragão.

Outra diz que todos morreram menos o médico, e que os personagens são personalidades dele mesmo. Odiei, freudiano demais. E é óbvio que tem sempre aquela turminha "teoria da conspiração" que afirma que eles estão participando de um projeto secreto do governo americanoe que "L.O.S.T." seria uma abreviação do nome desse projeto. Outros dizem que na verdade essa experiência está sendo liderada por alienígenas. Ou franceses. Ou os dois.

Se vc tiver TV a cabo, anote: LOST já está no ar e está passando na AXN, toda segunda-feira, ás 20hs. Pra quem não tem (como eu), baixe na Internet. Pra não errar, a palavra-chave é SERIES LOST, ou LOST ABC.

Numerologia, pontes entre Freud e Matrix, Experiências Lisérigicas, Experimentos Alienígenas...Os fãs de Twilight Zone e adjacências acabam de encontrar novos sweethearts na TV. Agora mais semi-nus e molhados de suor.
Get Lost!

Mais:
www.i-am-lost.com (site oficial)

http://p073.ezboard.com/blosttheunofficalforumfortheabcseries (fóruns)


11 March 2005

PolêmicaPolêmicaPolêmica.

Eu vou ser muito sincera. E até um tanto texana, mas pra quem ainda não percebeu, nós estamos vivendo um bang bang há muito tempo. Imposto ou não pelo Bush. Ou pelo Bin Laden. Ou pela FEBEM. Não importa.
Eu já fui assaltada e é sim revoltante a impunidade desse povo, que NÃO ADIANTA FALAR QUE É POBRE NÃO. Pois o que influencia não é o sócio-econômico, é só o social. De marginais, meninas, já sabemos que a ESPM tá cheia também. E tão impunes quanto.

Mas eu não sou a favor de pena de morte. Eu sou a favor de um meio termo muito prático, barato e (acredito), muito eficaz pra controlar a criminalidade: a invalidez.
Método simples que consiste em cegar ou decepar membros do corpo de meliante, conforme a gravidade do crime.
Assaltou, meu nego?? Dá tchau pra sua mão direita.
Seqüestrou? Nunca mais var ver nem a luz do dia nem a luz da noite. Nada. Cega.
Estuprou? ....bom...
Isso mesmo. Marcados pelo crime para o resto da vida. Incapazes fisicamente de tentar fazer o mal, ou o bem.
Que se foda os direito humanos.
E quanto aos meus?

É claro que para que isso funcione de maneira justa, a polícia no Brasil deveria ser, no mínimo, organizada. Porque não basta acabar com a impunidade, eu acho que a corrupção dos policiais é muito maior. Hoje existem em todas as delegacias uma verdadeira fauna com bodes expiatórios e espíritos de porco. E uma coisa leva a outra.
Eu sou a favor de aparelhos de segurança nos carros. Alternativos, sem uso bélico. Na África do Sul (onde o bicho pega mais do que aqui) eles podem comprar equipamentos de segurança pro carro, que variam desde decepadores de joelho (na parte de fora), sprays de pimenta e lança-chamas.
Não é tudo que vc quer ter?

Se a moda pega, neguinho vai ter CORAGEM de chegar perto do seu carro de novo? Du-vi-do.

Mais uma vez que as mais solidárias e ONGuetes me perdoem, eu sei que esta resposta é polêmica. Mas eu fui, como se fazia necessário, sincera.






p.s. - A idéia não foi minha, que fique bem claro. Foi um passarinho me contou. Mas eu aderi logo depois de ter meu celular e o rádio levado por 3 meninos fora do nosso carro, sem nenhuma arma a não ser o nosso medo.



ExplodeExplodeExplode




Ease your trouble/ we'll pay them double / not to look at you for a while
And you rely on / what you get high on / and you last just as long as it serves you
Explode or implode / explode or implode / we will take care of it / yes, we will carry you
'cause you're deserted / what's good, you hurt it / and it kills you it keeps you alive
so give it up / in a world of puppets / It's a shame what they do to us all
can we do anything for you now?


Gosto muito.

07 March 2005

Close to Me.Close to Me.Close to Me.

Tinha um garoto.
Eu morava numa rua sem saída e tinha um garoto que me olhava torto. E me olhava cabisbaixo. Ele vivia me olhando. Quando a bola da queimada caia lá atrás e eu saía correndo pra pegar, eu levantava e lá estava ele me olhando, bocudo. Quando minha irmã era a professora na escolinha da garagem da minha vó ele aparecia dependurado no canto do portão azul-marinho. E ficava lá me olhando. Quando eu falava com a filhinha da minha boneca (ou seja, sozinha), levantava a cabeça e lá estava o garoto achando graça da minha imaginação. Eu ficava brava. Nunca fiz nada pra esse garoto, por que ele não gostava de mim?
Falei com a minha mãe. Mãe, aquele garoto fica me olhando. Ah, é porque ele gosta de você, quando ele olhar de novo você manda um beijinho. Eu não!! Eu não gosto dele!! Ah, então apenas sorria, só pra dizer que vc quer ser a amiguinha dele.

Parecia um bom acordo e dia seguinte, lá fui eu. Cadê o garoto? Tava em cima da árvore catando pipa e já estava lá me olhando desde a hora que eu cheguei da escola. Eu pulando corda, ele passa segurando uma bola. Eu olhei, e sorri. O garoto abriu dois olhos de bicho ouriçado, e com um tapa nas costas acordou do choque, ouvindo os outros garotos zombarem; olha, ela gosta de você!! Entre gargalhadas e zombarias, o garoto solta a linguona pra fora da boca, olhando, é claro, pra mim. Aí foi a hora de minhas amigas darem risada e minhas bochechas corarem de vergonha e raiva. O nó na garganta impediu que eu chorasse na frente nele, mas foi minha vontade. Garoto boboca.

Mostra a língua de novo pra ele, Gegé! ? foi o conselho das minhas amigas. E foi o que eu fiz quando ele me olhou de novo, mais tarde. A paritr daí nos tornamos inimigos mortais, e eu não entendia como tudo isso tinha começado. Garoto feio, baixinho, boboca. Por que ele agora tinha ficado tão importante?

Como era de costume na Rua, a gente fazia bailinho quando alguém fazia aniversário. E tinha a Dança da Vassoura, que para quem não conhece, consiste em dançar com a vassoura ao som de uma música lenta (que na ocasião, era do A-Ha) até que se escolha alguém que esteja com um par para dançar com você. E então a vassoura é dada para quem fica sobrando. E eu nunca ficava muito com a vassoura porque os meninos mais velhos amigos da minha irmã ficavam de joelhos para dançar bailinho comigo.


O garoto estava lá. Me olhava de longe, na mesa dos refrigerantes. Ele não queria dançar, mas por tanta insistência (e zombaria) dos amigos acabou entrando, com a vassoura. Aí eu fiquei com medo. Será que ele vai me escolher? Fiquei a música toda olhando pra cara dele, com ansiedade e vergonha. Até hoje não sei se eu queria que ele me escolhesse. Já acabava o A-Ha quando o menino que dançava comigo me estalou um beijão da bochecha, e era justamente a hora que o garoto chegava para me tirar, talvez...Ao invés disso, deu um empurrão no meu par, que me levou junto pro chão. Mais uma vez, aquele maldito garoto acabava com a minha festa. Chorei para a comoção de alguns mais velhos, que judiação com a menina, pede desculpa.

- Machucou?
- Machucou....
- Onde?
- No meu queixo, e aqui na minha mão, e aqui na minha perna.....
(A esta altura vocês já devem imaginar que meu bico dava voltas sofridas.)
- Deixa eu assoprar.
- Não! Você vai cuspir!
- Dá um beijinho nela!!! ? meu par gritou, e levou todos a incentivar a ação.
- Bei-ja!! Bei-ja!! Bei-ja!!

E então com muito custo ele me deu um beijinho perto do queixo, assim bem desengonçado, e se levantou, roxo de vergonha. Mas a vergonha era tanta que ele até riu nervoso com o canto da boca. Meus olhos brilharam. Agora ele era meu amigo, eu podia finalmente ir conversar com ele, afinal o beijo era uma forma de selar as pazes, eu já imaginava nós dois correndo Rua abaixo no carrinho de rolimã, andando de mãos dadas no sol, apertando a campainha do vizinho e saindo correndo, juntos, rindo e comendo bolacha.

O garoto nunca mais me olhou. Sumiu da minha vista justo quando eu me percebi, ansiosa a encontrá-lo brincando depois da escola. Logo depois eu me mudei da rua, e com a adolescência chegando e o ballet tomando conta da minha vida, esqueci-me do garoto.

Mas você me beijou aquela noite. E foi tão importante quanto todas as outras histórias daquela época.
Mas você nunca foi meu amigo.
Você foi apenas aquele garoto, que me olhava de longe, cujos motivos eu vou deliciosamente desconhecer pro resto da vida.

Numa Noite de TPM não consegui falar com meu namorado. Foi a primeira vez que eu liguei mais de 5 vezes seguidas pra alguém. Bem mais. Agora eu já perdi a conta, dá última vez não sabia nem mais pra que eu estava ligando.

Numa noite de TPM tocava "Everybody Hurts" no meu iTunes numa versão acústica do R.E.M, e na seqüência pra arrematar aquela música "It's Not Going To Stop", do filme Magnólia.

Uma noite para querer morrer.

Numa noite de TPM, apenas TPM, só uma alteraçãozinha hormonal. Não uma noite de hospital, uma noite de castigo, uma noite de perigo, acidente, abandono. Só o abandono pessoal.

Poderia ser noite de cama, noite de festa, noite etílica, noite clara e noite nova.

Mas nesta noite, até frio fez. Primeira vez, em meses.

Uma noite para querer chorar.

"Cause everybody hurts....everybody cries...", a música rói meu coração e aperta a garganta. Meu rosto é apático como de 7 anos atrás. Ou como em velórios, tão freqüentes ultimamente.

Uma noite para querer lembrar.

Devo admitir que é até gostoso ficar assim um dia. Um dia só. Uma dia em que nós descemos até Hades para dar uma volta no inferno, de olheiras, pneus e espinhas, e no dia seguinte subir aos céus cobertas de sangue. A TPM é romântica não é? Suicida, dramática, sangrenta.

Uma noite para querer matar.

Não liguei a TV, não tirei o soutien, não tomei banho, não comi. Não tenho vontade de nada. Não quero me olhar no espelho, pra que diabos eu estou ligando pra ele de novo, estou horrorosa, gorda e mal-humorada. Numa noite de TPM, assim, eu me ponho monstrenguinha.

A hard day's night de cu é rola, garoto...

Ele ligou. Onde eu estava? Ligando pra você, porra, onde mais eu ia estar? Ah é, caramba, você ligou 5 vezes! Foi mais. Não, foram só 5 vezes. Só. O que você está fazendo? Preparando a faca pra cortar meus pulsos. Tá ruim assim, é? Tô. Eu também. Jura? Então vem que eu cuido de você. E sua TPM? Que TPM? Tem certeza? Não. Não, tenho sim. Venha.

Numa noite de TPM mulher quer colo. E se você tiver, minha nega, não negue.

02 March 2005

mudei. já é um bom começo. Cada ano que passa eu fico mais impressionada com a simultaniedade entre o blog e meu humor. O mango é parecidíssimo comigo. Tem horas que vai e deslancha, acontece um monte de coisas, anima-se, enche de vida. Aí passa um tempo, fica completamente largado e as pessoas perguntam por que eu demoro tanto pra atualizar. Aí ele fica assim, largado. Primeiro, perdeu as fotos que estavam hospedados no HPG, cujo acesso eu perdi porque eu não uso o discador do IG. E não vou usar. Depois, as letras começam a pifar. Depois, os comments. e é claro, os posts. O visual não estava nada bom.
Já era hora de mudar.
Quem sabe assim isso não se estende pra vida offline?