29 March 2002

sem brincadeira


Pra completar, eu só quero deixar aqui registrado minha total revolta e indignação com esse monstro que se diz médico, o doutor Eugenio Chipkevitch, que dopou as crianças pra se satisfazer.
Que tem 15 horas de fitas gravadas em seu consultório, molestando crianças.
Que obviamente mandava essas fitas pro mercado de pedofilia.
Que chocou o país inteiro.
Que traumatizou os pais e as crianças.
Que desonrou sua profissão de pediatra e sua casta de homem.

Não o julgo por ser pedófilo, embora eu também não engula isso tão facilmente.
Mas é algo que existe, é fetiche, é preferência sexual.
Tem gente que gosta de apanhar até sangrar na cama.
Tem gente que gosta que façam cocô na cara enquando transa.
Tem gente que gosta de trepar com cachorro, cavalo, galinha.
Tem gente que gota de pessoas do mesmo sexo.
Tem gente que gosta de pessoas bem mais velhas.
Cada um tem sua orgia, sua libertinagem escondida lá no fundo, nos ecombros do seu inferno pessoal.
Alguns sabem, eu estou lendo Lolita, de Vladmir Nabokov. Não pensem que agora vou começar a defender, nada disso, como já falei, essa história de sexualidade precoce sempre me fez querer vomitar.
Mas a personagem Lolita nunca foi forçada. Nunca. Ela estranhava, muitas vezes sexo soava como mais uma brincadeira picante.
Só que ela sempre queria, sempre estava lá, consciente, pra sim ou não.

Mas forçar alguém, satisfazer-se sem o consentimento do outro, isso não, isso é monstruoso.
Façam o que quiserem, pelo amor de Deus não tirem a liberdade de escolha do outro.
Esse médico, esse monstro vai pagar caro pelo que ele fez. Com razão. Não por ter culpa de gostar de crianças.
Mas por ter culpa de ter sido desumano, desigual e desonesto.

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