11 April 2002

get over it.


Eu sinto muita falta dele.
Mas tá dificílimo esquecer dele. Estou passando por aquela fase desesperada na qual vc mergulha em um mar de desculpas para fingir que vc está conseguindo se superar.

PLANO A: AMIGAS.
Minhas amigas já me disseram todas as desculpas. As mesmas que eu outrora usei para consolá-las:
"Ai, gegé, esquece ele, ele não te merece."
"Não era para ser agora, Gegé...dá um tempo pra você..."
"Ih, minha filha, parte pra outro. Olha quanto homem tá na sua cola, e vc fica aí empacando?"
"Olha, não vai adiantar nada você ficar aí, sofrendo."
"Mas por que vc queria ficar com ele?? Ele é tão feinho..."
E tantas, tantas outras...
Porra, gente, é fácil falar, né?
PLANO A: fracassado.

É claro que ele não era perfeito. Não é só porque a gente terminou que ele virou o ser mais maravilhoso do mundo, tão maravilhoso que eu não posso ter. Nada melhor do que fazer uma lista de coisas que eu detesto nele, e eu destesto muita coisa. Isso vai me ajudar a esquecer.
PLANO B: ele era um BABACA mesmo.
1 - Ele é mais novo. Pode parecer bobagem dizer isto, mas eu sempre senti que esse foi um forte motivo pra eu nunca colocar tanta fé nele.
2 - Ele usa muita...ele precisa de muitos aditivos na balada. Este é o pior defeito dele.
3 - Ele adora Bon Jovi e The Coors (aí eu já podia parar essa lista por aqui, né...)
4 - Ele às vezes é muito ingênuo. Muito. Às vezes eu me sentia uma velha perto dele.
5 - Ele não fazia a mínima cerimônia pra cantar e olhar meninas na minha frente.
6 - Ele fazia questão de me lembrar todo dia que a Ana Hickmam era a mulher da vida dele.
7 - Ele frequenta balada boy. Péssimo.
8 - Todos os amigos dele (que também eram os meus) sabiam de cada detalhe do namoro. Detalhes assombrosos, que nem eu cheguei a contar pra Bia
9 - O gosto dele pra mulheres é duvidoso. Até hoje não sei no que eu chamei a atenção dele.
10 - Cinema para ele era no Iguatemi. Jantar era Mc Donald's.
11 - Ele terminou comigo usando aquela desculpinha mais esfarrapada do mundo.

Ai,
Orgulho ferido....
Não adianta.
Enquanto eu escrevo estes defeitos, me vem à cabeça TODAS as qualidades correspondentes. E eram várias.
1 - Eu me divertia muito com ele. A gente ia junto em todos os lugares. Foda-se se não era no Fasano. A gente tava junto. Era isso que eu gostava.
2 - Ele nunca ficou com vergonha por causa das minhas roupas. Muito pelo contrário. Sempre achava lindo cada vez que eu usava melissinha rosa, camisa vermelha e óculos laranja. E todo mundo falava que a gente sempre cominava muito. Era por causa disso. Só por causa disso.
3 - Eu adorava ouvir ele contar as histórias do Japão. Eu adorava ouvir todos os CDs das bandas de lá que ele trouxe: Judy and Mary, Pornografitti, Guitar de Pop, todas...
4 - Ele respira a cultura japonesa. Preciso dizer mais alguma coisa?
5 - Ele conversava comigo. A gente já passou muitas madrugadas conversando, trocando várias opiniões sobre um assunto. Eu adorava ouvir o que ele tinha pra me dizer. Ele não era só ouvinte, pra mim ouvinte é retardado ou preguiçoso. Ele participava das conversas comigo.
6 - Na frente dos meus amigos, ele sempre se mostrava interessado em conhecê-los, em conversar com eles, ser o mais simpático e amigável possível. Ele conquistou a PHE no primeiro dia.
7 - Os japoneses são mestres. EM TUDO. Sem dúvida, essa é uma das coisas que eu mais sinto falta. Nunca mais transei com ninguém depois dele. Não porque eu estou me guardando. Mas é por que eu sei que eu vou me decepcionar.
8 - Ele toca guitarra. E toca bem. Estranho, mas toca bem.
9 - Ele era o ser mais fofo do mundo comigo. O mais atencioso. Sempre queria saber se eu estava bem, fosse na casa dele, fosse no meio de uma bad trip, fosse fumando um cigarro de madrugada.
10 - Ele terminou comigo porque ele estava certo. Aquela historinha básica, o "não é você, sou eu", virou-se contra mim.
Realmente, não era ele. Era eu que tinha agido errado. Isso pode soar meio auto-piedade ou síndrome de corna mansa. Mas eu nào estou nem aí, sinceramente.
PLANO B: FRACASSADO.

Bateu saudade? "Ué, liga pra ele, Gegé!"
PLANO C: CALL
Conversei com ele terça-feira passada, combinamos uma balada. Lov.e, claaaro.
Fiquei dançando a noite interia, e ele não deu um sinal sequer de que estava afim de mim.
Muito pelo contrário: toda hora ele sumia, só puxava assunto comigo pra falar de um assunto besta. Provavelmente ele ficou naquelas de, pra não ficar chato, puxar conversa comigo pra me consolar, pra não dizer que ele nào estava me ignorando. Ele é cheio dessas.
Preferia falar sozinha.
PLANO C: FRACASSADO.

Ainda na balada, ele avista um conhecido meu: Dan Horch.
PLANO D: DAN
Fui falar com o Dan, era a minha última chance de salvar aquela balada.
Foi tão bom o modo como ele me recebeu, eu precisava tanto daquilo que acabei ficando. Esqueci que tinha ex, esqueci que tinha hora pra ir embora, esqueci que tinha amigo meu na balada, tudo. Era só eu e Dan. Mais ninguém.
O Dan na verdade não era um plano. Foi o que me salvou a vida aquele dia. E no dia seguinte até pensei que eu poderia ter esuqecido ele de vez, o japonês, agora ia, agora ia ser o americano.
Qual nada. Sonhei a noite inteira com o mocinho cibernippon.

Não é possível. E até hoje, mesmo sabendo que ele não é pra mim, mesmo sabendo que mundo dá muitas voltas e que provavelmente, assim como todos os outros, ele vai acabar voltando, mesmo sabendo que eu ainda tenho milhões de boas oportunidades surgindo...
gente...dói, dói pra caramba. Há muito tempo eu não sabia o que era isso.
Só espero que essa bobagem que virou tragédia tome seu rumo final rapidinho.
Antes que alguém me venha com mais um plano.
PLANO E: Esquecer. De vez.

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